O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)  tentará obstruir a votação de projeto de lei que legaliza a união civil  entre homossexuais. Eduardo Cunha anunciou que vai entrar com recurso  para que o chamado Estatuto das Famílias, que reconhece esse tipo de  união, não seja enviado ao Senado sem passar pelo plenário. “Isso irá  para o plenário ou para o arquivo morto”, disse o peemedebista, durante  audiência pública realizada pela Comissão de Constituição e Justiça  (CCJ). 
O Projeto de Lei 674/07, que cria o Estatuto das Famílias, e o  Projeto de Lei 2285/07, do deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA),  que reconhece a união homoafetiva, tramitam em conjunto em caráter  conclusivo na CCJ. E, caso sejam aprovados, só serão apreciados pelo  Plenário se houver apresentação de recurso assinado por 51 deputados.
Além de condenarem a proposta, parlamentares evangélicos disseram ser vítimas de “perseguição” de homossexuais e defensores dos direitos humanos. “Nós, evangélicos, é que estamos sendo vítimas de discriminação dos homossexuais neste país. Tem lugares a que vamos em que somos objeto de deboche”, discursou o deputado João Campos (PSDB-GO), coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, ao propor a rejeição das propostas.
Além de condenarem a proposta, parlamentares evangélicos disseram ser vítimas de “perseguição” de homossexuais e defensores dos direitos humanos. “Nós, evangélicos, é que estamos sendo vítimas de discriminação dos homossexuais neste país. Tem lugares a que vamos em que somos objeto de deboche”, discursou o deputado João Campos (PSDB-GO), coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, ao propor a rejeição das propostas.
“Queremos defender a vida, a família e os valores evangélicos. Há uma  minoria tentando impor, para que o anormal seja considerado normal.  Queremos continuar com o direito de sermos normais”, criticou o líder do  PHS, Miguel Martini (MG). “Esta Casa tem de ser o baluarte da família  brasileira. Não temos vergonha de dizer quem somos e o que queremos”,  afirmou o deputado, ligado à Renovação Carismática, da Igreja Católica. 
O discurso dos parlamentares religiosos sinaliza a resistência que o  projeto enfrentará na Câmara. Conhecido por defender posições polêmicas,  como a ditadura militar, Jair Bolsonaro botou mais lenha na  fogueira.   
“Fico imaginando um filho de 12 anos de idade indo para a escola  sendo perguntado pelo colega: ‘Joãozinho, a sua mãe é o careca ou o  bigodudo’? Eu preferia não ser adotado por ninguém”, ironizou Bolsonaro.  “Entendo que o legislador é pra enquadrar as minorias e legislar para  as maiorias”, acrescentou o deputado fluminense.
Representantes de entidades religiosas, especialistas em direito de  família e integrantes de grupos de lésbicas, gays e transexuais têm  apresentado profundas ivergências sobre o assunto na audiência.
Um dos convidados, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus,  disse que a união civil de homossexuais é o primeiro passo para  regulamentar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Esse é o jogo no  mundo inteiro dos homossexuais. Começa com uma leizinha aqui, outra ali,  e chega ao casamento. O resto é conversa fiada para boi dormir, e eu  não sou boi”, disse o pastor.
A vice-presidente do Instituto Brasileiro da Família, Maria Berenice  Dias, defendeu a união entre pessoas do mesmo sexo e a recente decisão  do Superior Tribunal de Justiça que reconheceu a adoção de uma criança  por duas mulheres.
A jurista disse que as novas configurações familiares precisam ser  acompanhadas pela lei. “Argentina, Uruguai, México e Canadá são alguns  dos países que reconhecem essas uniões. Quem conhece esses lugares sabe  que, por lá, a família vai muito bem, obrigada”, afirmou. O debate  continua no plenário da CCJ nesta tarde. 
A deputada Cida Diogo (PT-RJ) também rebateu as críticas dos  parlamentares. “Todos nós somos brasileiros. Todos nós merecemos  respeito”, disse, ao defender a união civil de homossexuais.







 
 
 
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