Um teste feito em São Paulo mostrou claramente por que dirigir falando ao celular é  proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro. A reportagem é de César  Menezes e Wilson Araújo.
O telefone toca, o motorista atende e  acha que está seguro. O Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas  de São Paulo e a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego levaram  voluntários para o autódromo de Interlagos para avaliar como o celular  afeta a capacidade de dirigir.
Primeiro, manobras simples numa fila  de cones. Com o telefone na mão, a direção é brusca, as curvas são  exageradas. O teste mostrou também que, se o motorista estiver a 90 km/h,  a velocidade cai para 60 km/h durante uma conversa ao celular e ele quase  para o carro quando envia uma mensagem.
“Você tira o pé do acelerador sem  perceber, você vira sem perceber, você falando perde a noção do que está  fazendo”, disse o empresário Pablo Lozada.
Isso acontece porque as partes do  cérebro que usamos para dirigir ficam divididas entre o controle do  carro e a conversa, e o motorista não percebe.
“Esses erros são sutis, então ele  pode não perceber, mas essa sutileza é suficiente pra causar um  acidente”, explicou a médica do Instituto de Ortopedia, Júlia Greve.
Ninguém dirige na rua fazendo  ziguezague. O que o teste prova é como é difícil controlar a direção com  a atenção dividida principalmente no momento mais importante, em que o  motorista precisa tomar uma decisão rápida pra evitar o acidente. É o  que o segundo teste vai mostrar.
Uma barreira de cones e o motorista  só descobre para que lado desviar em cima da hora. Ricardo está  acostumado a mandar mensagens no trânsito e acha que o celular não  atrapalha.
“No trânsito de São Paulo, você  sempre anda devagar e é muito mais fácil você mandar mensagem”, contou o  estudante Ricardo Martinho.
Não é bem assim. Ele não passou no  teste e mudou de opinião. “Porque eu vi que é muito perigoso. Muito  perigoso. E é bem melhor dirigir sem mexer no celular agora”, afirmou.
Jornal Nacional -  G1







 
 
 
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